sexta-feira, 25 de junho de 2010

Adriannnn - A Filadélfia de Rocky, um Lutador


Rocky, um Lutador (Rocky)


Vendo Sylvester Stallone hoje, procurando por sets na America do Sul para um filme previamente intitulado de Os Mercenários (!), co-estrelado por Dolph Lundgreen(!), fica difícil de imaginar que o roteiro de Rocky é de sua autoria. E escrito em apenas 3 dias. E ainda, que o filme ganhou 3 Oscars. Aliás, Oscar e Stallone não soam muito bem numa mesma sentença. Mas foi exatamente isto que aconteceu. Stallone escreveu e atuou neste filme que arrematou 3 Oscars, nas categorias de melhor filme, direção e edição. Ganhando inclusive de Taxi Driver, de Martin Scorsese. Como visto, não é de hoje que a Academia teima em surpreender nas premiações.


Mas Rocky, um Lutador é um bom filme. Um drama que tem como pano de fundo o boxe. Uma verdadeira epopéia sobre a superação, a persistência e o amor. Difícil não se comover com os gritos de Stallone ao final, chamando por sua esposa Adrian, vivida por Talia Shire, irmã de Francis Ford Coppola. O diretor, o mesmo de Karate Kid, outro filme envolvendo superação e persistência, caprichou na emoção, e Stallone, quem diria, parece ter nascido para dar vida a Rocky Balboa. Ele quase perdeu o papel, pois o estúdio não o queria como protagonista. Mas ele bateu o pé, e acabou enfiando o mesmo numa série que viria a marcar sua carreira. O filme teve 5 continuações, quase todas medíocres, com excessão da última, Rocky Balboa, a redenção de Stallone. Este último filme colocou na tela não mais um Rocky Balboa em busca de uma última luta, e sim um Sylvester Stallone em busca de aceitação pelo que ele é, e pelo que fez. Fechou de uma maneira sublime a carreira de Rocky Balboa, e teria fechado com chave de ouro a sua, se tivesse parado por aí. Infelizmente, perdeu a oportunidade de se tornar um ícone. Ao invés disso, continuou na luta, literalmente, dessa vez revivendo o museu da guerra fria, Rambo. O ator não entendeu o recado, e ao invés de parar, levou essa história de trazer fantasmas do passado a tona muito seriamente. Rambo não tem o conteúdo e a história de um Rocky Balboa, personagem e filme, o que acabou tornando o quarto episódio uma bobagem homérica, cheia de violência e, bem, mais violência. Bobagem tão grande quanto procurar sets na America do Sul para um filme de nome Os Mercenários, em parceria com Dolph Lundgren. Essa sentença, infelizmente, combina mais com Stallone.


Enquanto aguardamos o astro se afundar de uma vez em seu final de carreira, vamos reviver os passos do lutador de boxe pobretão em busca de seu sonho. E a primeira parada não poderia ser outra, as escadarias do Philadelphia Museum of Art, 26th Street, Benjamin Franklin Parkway. Aqui fica claro, a força extraordinária que o cinema tem. Se um filme vira um sucesso, e neste caso, praticamente um clássico, as locações onde este filme foi feito viram pontos turísticos conhecidos e visitados frequentemente. É o caso destes simpels degraus, responsáveis por conduzir o visitante às portas do museu, mas que ficaram incrivelmente mais famosos que o próprio museu. Hoje, quando estamos na Filadélfia, não vamos visitar o Museu de Arte da cidade, e sim as escadarias onde Sylvester “Rocky Balboa” Stallone treinava. Uma vez por lá, claro, por que não entrar e ver umas obras de arte? Até porque, ali dentro foram filmadas cenas de Vestida para Matar (Dressed to Kill), de Brian de Palma. Neste filme, o Philadelphia Museum of Art foi escolhido para representar o Metropolitan Museum of art de Nova York, onde a história é ambientada.


O prédio onde fica o apartamento de Rocky, simples e bem ao estilo londrino, fica no número 1818 East Tusculum Street, Kensington, no norte da cidade. Novamente, é uma residência particular, leia-se: não perturbe. No seu treino, Rocky corre bastante, passando em frente a City Hall (prefeitura) na 1 Penn Square, 1450 da John F. Kennedy Boulevard, e o Italian Market, na 9th Street, entre a Federal e a Christian Street. Neste mercado podemos encontrar lojas, padarias, restaurantes, cafés, açougues, em sua maioria, de influência Italiana. Nos últimos anos, o mercado tem comportado também lojas e restaurantes de origem Mexicana, Coreana e Chinesa, devido a invasão desta cultura na região através de seus moradores. Continua sendo um bom passeio, principalmente se coincindir com o Italian Market Festival, que ocorre anualmente em meados de maio. Música, diversão e muita comida.


E para terminar em grande estilo (talvez nem tão grande assim), que tal um almoço no Pat’s King of Steaks, número 1237 da East Passyunk Avenue. Segundo os moradores, desde 1930 este restaurante serve o melhor cheese steak da cidade. Na verdade, esta comida é praticamente uma instituição na Filadélfia, e cada morador tem seu local preferido. O que é um cheese steak? Nada mais que um sanduíche de filé, normalmente em pão italiano, coberto de queijo. As variações e os acompanhamentos é que irão definir os melhores locais. No Pat’s King of Steaks, existe uma placa indicativa de como pedir o seu cheese steak, escrita por um tal de I.M. Hungry (ou, em bom português, Estou com Fome). A placa é na verdade um roteiro, descrito na forma de passos, que seguem mais ou menos assim:


Passo 1
Especifique se você quer o seu prato com ou sem cebolas
(se não for um novato, esta etapa é natural para você)
Passo 2
Especifique o tipo de queijo, conforme a relação
Passo 3
Tenha em mãos seu dinheiro, se necessário, faça sua vaquinha ainda na fila
Passo 4
Pratique os passos anteriores enquanto está na fila
Se você errar no pedido, não entre em pânico, apenas vá para o final da fila e pratique tudo novamente.


Making off:
- Stallone recebeu 8 indicações ao Framboesa de Ouro de Pior Roteiro, por "Rhinestone - Um Brilho na Noite" (1984), "Rocky IV" (1985), "Rambo II" (1985), "Stallone Cobra" (1986), "Rambo III" (1988), "Rocky V" (1990), "Risco Total" (1993) e "Alta Velocidade" (2001). Venceu por "Rambo II", ao mesmo tempo em que foi o 3º a ser indicado como ator e roteirista em um mesmo ano do Oscar. Apenas Charles Chaplin, por "O Grande Ditador", e Orson Welles, por "Cidadão Kane", haviam conseguido este feito. Vai entender...
- Ao término do filme, Rocky, Um Lutador custou no total US$ 1,1 milhão. Dinheiro arrecadado com a hipoteca das casas dos produtores. A bilheteria do filme, apenas nos Estados Unidos, foi de US$ 117,23 milhões;
- o cachorro que aparece no filme, Butkus, realmente pertencia a Stallone na época.

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