quarta-feira, 23 de junho de 2010

Paris - O Fabuloso Destino de Amelie Poulain


O Fabuloso Destino de Amelie Poulain (Le Fabuleux destin d'Amélie Poulain)
gênero:Comédia
duração:02 hs 00 min
ano de lançamento:2001
estúdio:Le Studio Canal+ / Filmstiftung Nordrhein-Westfalen / France 3 Cinéma / La Sofica Sofinergie 5 / MMC Independent GmbH / Tapioca Films / Victoires Pictures
distribuidora:Miramax Films
direção: Jean-Pierre Jeunet
roteiro:Jean-Pierre Jeunet e Guillaume Laurant
produção:Jean-Marc Deschamps
elenco:
Audrey Tautou (Amélie Poulain)
Mathieu Kassovitz (Nino Quincampoix)
Rufus (Raphael Poulain)
Yolande Moreau (Madeleine Wallace)
Artus de Penguern (Hipolito)
Urbain Cancelier (Collignon)
Maurice Bénichou (Dominique Bretodeau
)

Após deixar a vida de subúrbio que levava com a família, a inocente Amélie (Audrey Tautou) muda-se para o bairro parisiense de Montmartre, onde começa a trabalhar como garçonete. Certo dia encontra uma caixa escondida no banheiro de sua casa e, pensando que pertencesse ao antigo morador, decide procurá-lo ¬ e é assim que encontra Dominique (Maurice Bénichou). Ao ver que ele chora de alegria ao reaver o seu objeto, a moça fica impressionada e adquire uma nova visão do mundo. Então, a partir de pequenos gestos, ela passa a ajudar as pessoas que a rodeiam, vendo nisto um novo sentido para sua existência. Contudo, ainda sente falta de um grande amor.

Amélie Poulain é um conto, onde situações comuns são levadas ao exagero e momentos difíceis, como a morte da mãe, atingida por um turista que caiu da Notre Dame, retratados caricatamente. É carregado nas cores, quase como uma história em quadrinhos. Seus personagens são, em sua maioria, retratos exagerados de pessoas comuns, mas que parecem vindas de outro planeta. Para completar, o estilo de Junet, ora nervoso, ora contemplativo, transforma o filme numa viagem pelo desconhecido, uma verdadeira fábula para contar um pouco do mundo em que vivemos. Não se parece em nada com uma obra de Hollywood – apesar de ter uma pitada de Tim Burton no conceito – e por isso mesmo pode não agradar a todos. Mas é inegável que Junet tem identidade, originalidade e coragem para, em plena era de glorificação de filmes com bastante carga realista, injetar o lúdico e o fantástico na vida das pessoas. Parabéns a Junet. E vida longa a Amélie Poulain.
Além de ser um sopro de originalidade em meio a imensidão de filmes sem identidade que são lançados anualmente, Amélie Poulain ainda funciona como um excelente guia turístico de Paris. Não a Paris da Torre Eiffel, da Champs Elisee ou do Arco do Triunfo. Mas principalmente a Paris de Montmartre, o 18º Arrondissement, e sua imponente Sacre Ceur. O filme passeia pela região revelando seus segredos, como suas estações de metrô, suas famosas escadarias e seus charmosos cafés. Montmartre é conhecido como o endereço da boemia parisiense. Lá se produzia vinho – e ainda se produz, em pequena quantidade porém, no único parreiral remanescente dentro dos limites da cidade – e por isso atraia os moradores da cidade para noites de bebedeira. Também por esse motivo, foi nessa região que se desenvolveram os famosos cabarés da cidade, como o Lido e o Moulin Rouge. No século 19, o 18º arrondissement não pertencia ainda a cidade de Paris. Por isso, seus aluguéis eram baratos, e sua proximidade com a cidade, excelente. Muitos artistas famosos se mudaram para a região, entre tantos, estão nomes como Picasso, Van Gogh e Renoir.
O pequeno apartamento de Amélie Poulain fica na Rue des Trois Freres, número 56, em cima de um pequeno mercado de nome Au Marche de La Butte.

No filme o local se chamava Maison Collignon, e esta placa indicativa ainda pode ser encontrada na fachada da loja. No vidro, recortes de jornal indicam que você está no lugar certo. Ali perto, há apenas 150 metros, fica um lugar chamado L’Escale Restaurant, antigo Blue Sky, que aparece no final do filme Ronin (idem), no encontro entre os personagens de Robert De Niro e Jean Reno. Ao final da cena, e consequente final do filme, podemos ver o personagem de Jean Reno subindo as imensas escadarias ao lado do bar, que integram a Rue Drevet e levam a rue Andre Barsacq.

Saindo do apartamento de Amélie, vamos para o local mais famoso do filme, o Café des deux Moulins, onde ela trabalhava. O local existe, e pasmem, exatamente como vemos no filme. Um momento ímpar no tour.

O café fica no número 15 da Rue Lepic, e se você descer mais uns 150 metros pela mesma rua, encontrará o famoso Moulin Rouge, bem em frente a Place Blanche, no Boulevard de Clichy.

Aqui é um bom lugar para pegar o fabuloso (com o perdão do trocadilho) metrô de Paris. Pegue a linha 12 verde, com destimo a Port de La Chapelle, passe apenas uma estação e desça na Lamarck-Coulaincourt. Essa é a belíssima estação de metrô, com a dupla escadaria, onde Amélie descreve um mercado da Rue Lamarck a um homem com deficiência visual.
Perto do Moulin Rouge, há cerca de 300 metros, no número 37 do Boulevard de Clichy mesmo, fica a sex shop onde o personagem de Mathieu Kassovitz trabalhava, a Palace Video. No número 11 de outro Boulevard (Paris é a cidade dos Boulevards, cortesia do Barão de Haussmann, veja o porque mais adiante), o Boulevard St. Martin, fica a loja onde Amelie compra uma máscara do Zorro para a seu pequeno jogo de esconde-esconde, a Au Clown
de La Republique. Esse Boulevard, por sua vez, fica bem próximo do famoso Canal St. Martin, onde podemos ver Amélie com seu passatempo predileto, jogar pedras na água.

Este canal rende um excelente passeio, seja de barco, ou a pé, principalmente aos domingos, quando as duas ruas que acompanham o canal, a Quai de Valmy e a Quai de Jemmapes, são fechadas para uso exclusivo de pedestres e ciclistas.

Além das ruas estarem lotadas de pequenas lojas bastante interessantes, durante o passeio ainda podemos ver e admirar as diversas pontes de ferro que cruzam o canal e as eclusas necessárias para nivelar os vários estágios do percurso. Além disso, durante a primavera e verão, o local é mutio freqüentado por parisienses que lá se reúnem para curtir um bom picnic regados a uita musica ao ar livre. O filme ainda faz alguns passeios pelas magníficas estações de trem de Paris, como a Gare du Nord, Gare de Lyon e Gare de L’Est, onde, nesta última, fica o pequeno quiosque de fotos que aparece inúmeras vezes na história. E pontos turísticos da cidade, obviamente, não poderiam ficar de fora. Podemos ver Amélie caminhando pela famosa Pont dês Arts, que atravessa o rio Sena na região do Louvre; no carrossel e nas escadarias da gigantesca Sacre Ceur, bem no alto de Montmartre e ainda a famosa Notre Damme, na cena onde a mãe de Amélie sofre um acidente no mínimo curioso, envolvendo um turista em queda livre.

Making-off:
- O Fabuloso Destino de Amélie Poulain teve cinco indicações ao Oscar, nas seguintes categorias: Melhor Filme Estrangeiro, Melhor Direção de Arte, Melhor Fotografia, Melhor Som e Melhor Roteiro Original. Não ganhou nenhum;
- No festival de Cannes, foi completamente desprezado pela comissão organizadora;
- Na maioria das apresentações dos personagens, aparece o que eles mais gostam. Em um seleto grupo, também é demonstrado o que é desgostado;
- Jean-PierreJunet dirigiu o quarto episódio da franquia Alien, Alien A Ressurreição, o mais fraco da série. O filme tem estilo, e nada mais.

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